IGREJA ACEITA O CAPITALISMO?
- redevendeia
- 23 de mar. de 2022
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Atualizado: 25 de abr.

É claro que a Igreja condenou a mentalidade moderna, desde que ela deu seus primeiros uivos, no fim da Idade Média, que foi também o fim de muitas coisas santas e boas, enquanto o Renascimento trouxe de volta o paganismo, a escravidão e a busca da vantagem pessoal acima de tudo.
E uma das coisas más que nasceram da morte da Idade Média foi o Mercantilismo e seu desejo de viver para o ouro. Com efeito, o Mercantilismo colocou o fim do homem no ouro. O capitalismo é filho do mercantilismo e da Reforma protestante, especialmente de Calvino, como foi demonstrado por estudiosos do tema. Para o capitalismo, "time is money". Traduzindo isso, deveria melhor dizer que, para o capitalismo, "life is money". A vida, não o tempo, é dinheiro. Com o capitalismo, vive-se para ter dinheiro. E dessa mentalidade capitalista se originou, como aborto monstruoso, o marxismo, ensinando que se a vida é para ter riquezas, "o homem é um animal que trabalha", na estúpida definição de homem, feita por Engels.
E se os homens são animais que trabalham -- as formigas, já que elas são animais que trabalham, as formigas seriam então humanas? -- Os homens poderiam então ser tratados como animais de carga? Foi o que fez Lenin. Foi o que fez Mao. É o que fez Fidel Castro, o tirano comunista de Cuba, que na época de FHC parabenizou o nosso Presidente pela Reforma Agrária que está realizando no Brasil. Por que será que o comunista Fidel Castro está contente com a reforma agrária de FHC, Dona Ruth, Jungman e Lula realizada com a pressão "externa" do MST? O comunismo e socialismo tratam os homens como animais, pois são materialistas por princípio (e não venham a falar em socialismo "cristão"). Hoje, e aqui, limito-me a citar um texto de Pio XI na encíclica Quadragesimo Anno:
"Católico e socialista são termos antitéticos. (...) Socialismo religioso, socialismo cristão, são termos contraditórios. Ninguém pode ser, ao mesmo tempo, bom católico e verdadeiro socialista" (Pio XI, Quadragesimo Anno, Denzinger, 2270).
Erram então os que pensam que a Igreja apoia o socialismo, em que pesem as ideias heréticas de Frei Betto e do ex Frei Boff.
Erram os que pensam também que a Igreja apoia o capitalismo sem nenhuma restrição.
Se a Igreja condenou o comunismo ao ensinar que "Intrinsecamente mau é o comunismo" (Pio XI, encíclica Divini Redemptoris), ela também sempre fez críticas ao capitalismo.
Muitos pensam, erradamente, que o capitalismo se opõe ao comunismo.
Isso só é verdade em parte, porque o comunismo leva ao extremo o que deseja o capitalismo: a igualdade social e econômica. Repito: o capitalismo é o pai do comunismo. A oposição entre eles é apenas de grau, mas a doença, os princípios deles, são os mesmos.
É o que explica que tantos "milionários" capitalistas e tantos ""burgueses" abastados apoiem o comunismo.
Veja como sempre os Estados Unidos apoiaram, desde o princípio, "os grandes acontecimentos que se deram na Rússia", em 1917, como disse um presidente capitalista dos "States"... Repare a política seguida por Roosevelt, na Segunda Guerra Mundial...
O capitalismo é o liberalismo na economia. Portanto, assim como o liberalismo político gera o comunismo, assim o capitalismo gera o socialismo na economia.
O liberalismo econômico mantém ainda alguns valores que o socialismo vai destruir, como o direito à propriedade particular, que, como explica Leão XIII, é um direito natural, e o direito natural à livre iniciativa, cada um trabalhando no que quiser, como quiser e quanto quiser. Por isso, no capitalismo, a Igreja aprova o reconhecimento do direito natural a ter propriedade particular, assim como o direito de livre iniciativa, contra o coletivismo e o dirigismo socialista.
Entretanto, a Igreja condena, e sempre condenou, no capitalismo, a separação entre economia e moral, típico princípio liberal, como condena também a livre concorrência absoluta e sem freio, que, de fato, acaba com a própria concorrência, criando monopólios preparadores da socialização da economia.
O capitalismo -- como todo liberalismo -- tem o grave erro de separar a economia da moral objetiva e natural. O lucro passa a ser um fim a ser obtido de qualquer forma. Assim como o liberalismo separou o Estado da Igreja, assim também o capitalismo --aplicação do liberalismo à política -- separou a economia da moral. Isto é o que produz todas as injustiças do capitalismo que os marxistas, a CNBB sovietizada, e os demagogos políticos exploram para propulsionar o socialismo.
O segundo ponto negativo do capitalismo liberal, a que aludi mais acima, é a livre concorrência absoluta, que, ao final, elimina toda concorrência, criando oligopólios controladores totais do mercado. O que facilita, afinal, o triunfo do socialismo.
O socialismo tem a mesma filosofia materialista e evolucionista do comunismo: o materialismo histórico de Karl Marx.
O socialismo pretende, como o comunismo, estabelecer a igualdade econômica e social. Enquanto o comunismo pretende apressar a evolução para a igualdade econômica e social por meios violentos -- (greves, guerrilha, revolução, guerras internacionais) -- o socialismo afirma que a revolução, sendo um processo natural, não pode ser apressada pela violência, não pode saltar etapas de seu processo. O socialismo só pretende facilitar a evolução para a igualdade econômica e social, por meio de reformas legais. As leis igualitárias seriam as parteiras da revolução.
FOTO Capa:
Em 2 de março de 1983, o mundo ficou boquiaberto com uma cena insólita: um papa metendo o dedo cara de um sacerdote, e lhe dando uma bronca... diante das câmeras de TV!
Esse passa-sabão épico e histórico aconteceu na Nicarágua, na ocasião da chegada do Papa João Paulo II ao país. Logo ao chegar no aeroporto, assim que avistou o padre Ernesto Cardenal, o santo lhe meteu o dedo na cara, e lhe deu mandou abandonar o cargo de Ministro da Cultura, que o padre ocupava há cera de quatro anos.
Por que São João Paulo II fez aquilo? Porque quem estava no poder na Nicarágua na época eram os sandinistas, membros de um movimento político que professa o socialismo – ideologia formalmente condenada pela Igreja por dez papas (inclusive pelo Papa Francisco).
Se presenciassem aquela atitude do santo polonês, muitos católicos que teimam em defender o socialismo certamente diriam: “Ain, quanto ódio! Mais amor, por favor!”. Da minha parte, eu simplesmente digo: SÃO JP II OPRIMIU FOI POUCO!
Como todo herege impenitente, Cardenal desobedeceu ao Papa, e continuou por mais quatro anos como funcionário do governo sandinista. A Santa Sé, então, suspendeu o padre Cardenal “ad divinis” em 1985, pois seu cargo político era incompatível com a missão sacerdotal. Desde então, ele foi proibido de atuar como sacerdote.
''A Igreja Católica sempre condenou tanto o socialismo e o comunismo. Ela afirma que a igualdade é condenável.''
Fontes:
Montfort, Professor Orlando Fedeli





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