MEDO DO FRACASSO

A pandemia trouxe como grande resultado a abertura de muitos micro negócios. Os brasileiros inovam, abrindo sua própria empresa para ter uma renda extra ou fazer dela sua renda principal, isso porque muitos perderam seus empregos.

Segundo a Agência Brasil, em um artigo publicado em 2020, nos nove primeiros meses de 2020, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no país cresceu 14,8%, em comparação com o mesmo período do ano de 2019, chegando a 10,9 milhões de registros.

"O desemprego está levando as pessoas a se tornarem empreendedoras. Não por vocação genuína, mas pela necessidade de sobrevivência", diz Carlos Melles, diretor-presidente do Sebrae. Concordo plenamente com ele, e aí está um grande erro, os novos empreendedores deixam de fazer um plano de negócio e de se dedicarem a algo que realmente goste de fazer, por mais que a intenção inicial seja não passar fome. Por isso, grande parcela tem um constante medo do fracasso.

O medo de errar está muito ligado com a forma que fomos ensinados. Você já deve ter ouvido: “Você tem que encontrar o seu ‘eu’, ser isso ou aquilo”, ou pior, “tem que ser o primeiro, o melhor de todos”.

Este tipo de motivação — oca, vazia — foi o que nos conduziu ao que vemos hoje. Pessoas insatisfeitas com seus trabalhos, uma enorme desmotivação nas organizações, reclamações sobre todas as coisas, ansiedade e burnout, que é a exaustão extrema. Uma busca insana somente pela conquista pessoal, sem ter um fim maior. Muitos colocam o fim de seus esforços no dinheiro, nas coisas materiais e em massagear o ego.

Minha maior motivação desde dos primeiros artigos, e claro na criação da Vendéia, foi sempre buscar atingir um único objetivo: ensinar a você leitor como identificar os erros que o modernismo implantou em nossas mentes. No livro “o manual do empreendedor católico” você encontrará um compilado de muitos artigos que já escrevi e muitos fatos vividos no mundo dos negócios, os quais serviram de grande aprendizado.

Em muitos momentos de nossa vida, principalmente quando temos que fazer escolhas importantes, não temos a quem consultar. Não há por perto um amigo ou parente que de fato tenha bons conselhos, sem inclinações mundanas ou materialistas. Senti isso na pele durante muitos anos. Além disso, persegui o ideal de construir um empreendimento que de fato agregue algo importante à vida das pessoas. Mas em meu vocabulário não existia a palavra medo.

Se perguntar para os novos empreendedores, boa parte deles apontarão o fracasso como maior medo, como se fracassar fosse um cartão vermelho definitivo e tivesse que ficar de fora do jogo, mas não é. Não! Temos que vencer essa ideia devastadora que ainda ameaça as nossas carreiras e até a nossa felicidade.

Se houver dificuldades e fracassos em sua caminhada, não pense que está tudo acabado, pois não está. Sua história vai continuar, mesmo depois de uma eventual falha, e pode ser ainda melhor do que antes. O verdadeiro empreendedor sabe usar seus fracassos e erros para aprender com eles e assim aprimorar sua administração.

Se você falhar na segunda ou terceira vez, enfim, está tudo bem — afinal, passou por uma experiência. Sabe qual é a única forma de você fracassar mesmo em definitivo? É se você decidir que não quer mais progredir, ou seja, se desistir. Thomas Edson, o inventor da lâmpada, disse: “Eu não falhei. Eu encontrei no caminho 10 mil maneiras que, agora, sei que não funcionam. ”

Na verdade, não precisamos ser iguais a ninguém, pois o sucesso pode vir de muitas formas. Alguns tipos de sucesso são incrivelmente impressionantes, outros são simples e inusitados, enquanto outros, nascem de coisas inacreditáveis. O importante é que você busque sempre se especializar e aos poucos construir um negócio alicerçado na verdade e respeito ao cliente. Somos todos diferentes. Talvez você pense: “Falta-me o talento inato”. Todavia, pergunte-se somente isso: “O que me separa hoje do sucesso? ”.

Você não tem que ser melhor que as outras pessoas. Você tem que procurar cada dia fazer o seu máximo e, assim, ser melhor para as outras pessoas.